Dr. Nilton Gomes Carneiro, advogado como eu, é meu irmão em Cristo e grande amigo. Morava em Xinguara, também como eu, e foi para Goiânia, em 1993, cursar faculdade, de onde haveria de voltar, anos mais tarde – 2010, para ser exato –, bacharel em Ciências Contábeis e em Direito ou, como preferem algumas instituições de ensino superior, bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (bacharel em Advocacia é que não existe). Já falei dele e de seus irmãos em crônica de 9 de janeiro de 2008, quando me visitaram em Marabá.
É contador e advogado. E tem, juntamente com o Dr. Neilton Gomes Carneiro, seu irmão, escritório especializado em Direito Previdenciário, vindo por isso constantemente a Marabá, fazer audiência na Justiça Federal. A irmã, Dr.ª Nilza Gomes Carneiro, também previdenciarista, advoga em Goiânia, e, como os demais irmãos, mora lá. São pessoas da minha mais profunda estima, exemplo de honestidade, humildade, coragem e perseverança.
Em uma das viagens a Marabá, Nilton e a mulher me deram o prazer de uma visita, na Câmara Municipal de Marabá, ocasião em que ele me presenteou com um cedê. Trouxe também presente para a Câmelha, minha mulher, pois são muito amigos e foram colegas de aula no ensino médio. Meu cedê (Goiás, de Marcelo Barra) é composto de quinze canções alusivas à celebração da cidade de Goiás como patrimônio mundial. A primeira faixa é a canção “Roupa Nova, Vila Boa”, letra de Marcelo Barra e Tavinho Daher, e a sétima é “Cora Coralina”, letra de Marcelo Barra e Rinaldo Barra. Foi um presente e tanto! Amo a obra de Cora e anseio por conhecer Goiás, cidade dela, tombada como patrimônio da humanidade.
Cora Coralina nasceu Ana Lins dos Guimarães Peixoto, em Vila Boa de Goiás, e depois de casada teve acrescido o sobrenome Bretas. Hoje, ela e sua poesia são patrimônio nacional, mas essa glória não lhe foi dada em vida. Interiorana – segundo sua biografia –, embora tenha morado na capital, viveu longe dos grandes centros urbanos e em grande parte de seus dias padeceu as agruras da pobreza, vendendo doces, livros, linguiça caseira e banha de porco. Pobre Cora Coralina, Ana de Vila Boa de Goiás! O reconhecimento ântumo tem mais valor que o póstumo. Pena que os homens não atentem para isso! É fácil pôr flores sobre o caixão e o túmulo, o real valor, porém, está no dá-las em vida.
Cora Coralina no passado voltou para Goiás, Nilton agora voltou para Xinguara. Neilton, segundo a Nilza, virá para Marabá. Nilza e Nilson, assim como Erisval Moura, Luz Marina e outras pessoas com as quais convivi em tempos idos continuarão em Goiânia, enquanto eu continuarei em Marabá. Eis o porquê de falarem tão profundamente ao meu coração estes versos da citada canção “Roupa Nova, Vila Boa”, que ouço repetidas vezes: “E a vida seguiu em frente/ A mesma vida de sempre/ As ruas pouco mudaram/ O tempo passou só pra gente.”
É preciso viver do ontem, no hoje, em função do depois. Aprendi na canção “Oração Pela Família”, do padre Zezinho, primeira faixa do cedê Canções para a família 2, presente que me deram as Edições Paulinas. É o meu jeito de ver, rever e viver as coisas apaixonadamente.
Ah, sim!... A quem estranha a forma “cedê”, em vez de “CD” (de compact disc), informo que já é dicionarizada no iDicionário Aulete da Língua Portuguesa e que existem também dicionarizadas – no Aurélio e no Houaiss inclusive – as formas “elepê” e “tevê”, para, respectivamente “LP” ( de long play) e “TV” (de televisão). É isso. Não pensem que escrevi erradamente.
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