"Ameaças existem. Muita
gente não tem interesse de eu estar sentado naquela cadeira. Não vou entrar em
detalhes. Estamos conseguindo governar o Brasil", teria dito ao jornal O Estado de S. Paulo Jair Bolsonaro,
presidente da República, segundo foi publicado hoje, 30 de maio de 2019, às
7h55, pelo BOL Notícias. Teria ele
dito mais que “um fantasma paira sobre o governo". Eu, todavia, penso que,
em relação a terceiros, ou seja, a ameaças externas, isso é mais uma maldosa e
mal-intencionada mentira plantada. É mais uma invencionice irresponsável de
Jair Bolsonaro, tentando se fazer de vítima e assim obter apoio popular para
planos antidemocráticos, medidas nebulosas e coisas que o valham.
Pois bem. Li a notícia e, naturalmente,
não consegui conter o desejo de comentá-la, expressando a minha indignação. E a
comentei, escrevendo assim: “Idiota. A natural e maior ameaça ao (des)governo
dele são ele próprio e os filhos dele, corroborados pelos ministros que ele
livremente escolhe e nomeia.” Quanta indignidade! Quanta irresponsabilidade!
Não podemos nem devemos ficar calados diante de tais sandices, tão graves e tão
perigosas para a democracia e para o Brasil com o um todo.
Todos sabem que há no país um
grupo deletério, capitaneado sabe-se bem por quem, especializado em plantar
boatos altamente maléficos para a honra alheia e, mais do que isso, para a
democracia, boatos e aleivosias totalmente incompatíveis com o Estado
democrático de direito. Todos sabem, a diferença é tão somente o modo de reagir
diante dessa realidade terrível: uns são coniventes e aplaudem, outros são
contra e se calam, outros são contra e denunciam. Urge que a nação acorde e se
posicione responsavelmente sobre tudo isso!
O presidente da República Jair
Messias Bolsonaro – que de Messias, na verdadeira acepção da palavra, nada tem –
foi eleito em cima de mentiras, de aleivosias, de notícias falsas, as famosas fake news. Todos sabem disso. "A
mamadeira de piroca ganhou as eleições no Brasil!", bem denunciou, no Festival
de Berlim, o ator Wagner Moura. É grave isso, mais do que grave, é gravíssimo.
Não a denúncia, evidentemente, mas o fato em si, a eleição ganha pela mamadeira
de piroca. É hora de dar um basta em tudo isso, para o bem da democracia e do
Estado democrático de direito instaurado em 5 de outubro de 1988 com a
promulgação da Constituição da República.
Essas mentiras ardilosas e boatos
deletérios têm uma finalidade, que é a de – enganando o povo com a falsa ameaça
de existem forças ocultas contra um governo que seria honesto e muito bom, só
porque este seria contra a corrupção, contra isso e aquilo mais – tirar a
atenção popular das terríveis e de todo maléficas ações perpetradas dia após
dia e, ao mesmo tempo, obter apoio popular, fazendo-se de vítima. Têm o intuito
de ofuscar os maus desígnios do governo e seus seguidores acríticos. É isso, nada mais.
Não existem ameaças ocultas
coisa nenhuma contra esse governo entreguista, defensor do desmantelamento do
Estado democrático de direito e vergonhosamente bajulador dos Estados Unidos da
América. Ele próprio é a única ameaça, coadjuvado por seus filhos e demais
integrantes do meio áulico. Aliás, bom é que se diga, os filhos de Jair
Bolsonaro são muito mais do que coadjuvantes nesta história. São eles, em pé de
igualdade com o pai ou até mesmo com mais intensidade que ele, a verdadeira
ameaça ao governo e – o que é muito pior – à democracia.
Vejo com muita tristeza a
apatia do Congresso Nacional, do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do
Brasil, do próprio Poder Judiciário e das demais instituições responsáveis pelo
combate a este estado de coisas diante da plantação irresponsável de boatos,
aleivosias e mentiras perigosas que infelizmente grassa no Brasil a partir das
eleições de 2018. Faço aqui minha diatribe, não como crítica injuriosa, mas
como crítica amarga e áspera. É preciso dar cobro a tudo isso, dentro da
legalidade e com todas as garantias constitucionais, enquanto há tempo.
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