Hoje, 2 de novembro, no Brasil, é Dia de
Finados. As pessoas vão ao cemitério visitar os túmulos de seus entes queridos.
É natural ser assim enquanto durar nossa passagem pela terra. Muitos acendem
velas e rezam como intercessão, porque assim creem. Outros, não o fazem, porque
também creem diferentemente. É questão de fé, e fé não se deve discutir. Nada
há de errado em ir ao cemitério visitar o sepulcro de um ente querido. A Bíblia
diz que há tempo para todo propósito debaixo do céu, inclusivamente, tempo de
chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de saltar de alegria (Ec 3.4).
Não acendo velas nem rezo nem oro pelos
mortos, porque creio não ser bíblico fazer isso. Para mim, não há sentido
algum, a não ser o fato de ser pecado como heresia. Não é disso, contudo, que quero
tratar, até por entender que aqui não seria o foro adequado nem seria propícia
a ocasião. Cada um com sua crença ou sua descrença, fé ou falta de fé. Quero
falar é da vitória sobre a morte na qual muitos creem como eu creio e, por
isso, a aguardam, como eu aguardo, com grande expectação. Cada um, obviamente,
conforme sua religião.
Meus pais, João Belizário de Souza e Antônia
Monteiro de Souza, já não estão conosco, porque se encerraram seus dias sobre a
terra: faleceram, foram sepultados e agora nos são apenas de saudosa lembrança,
lembrança doída pela certeza da ausência para sempre. Marabá é a cidade dos
sepulcros dos meus pais, aqui eles foram sepultados.
Lembra-me o profeta Neemias, que fala, cheio
de ternura, da cidade onde estão os sepulcros de seus pais, conquanto estivesse
triste no momento de sua fala, não pela morte dos pais, mas pela desolação de
Jerusalém, que caíra escrava sob o jugo da Babilônia. A Bíblia o registra (Ne
2.3-5) e tenho meditado sobre isso.
Com efeito, é consolador a Bíblia dizer da vitória
sobre a morte. O apóstolo Paulo, na sua carta aos cristãos de Corinto (1 Co
15.19-20), escreveu: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta
vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato, Cristo
ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” E, em
outra ocasião, agora escrevendo aos irmãos de Tessalônica (1 Ts 4.14), ele disse:
“Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante
Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.”
Sem exageros, sem idolatria nem outra heresia
qualquer, mas com gravidade e respeito à memória dos mortos, vejamos o
cemitério – também chamado de campo-santo, pelo que representa para as pessoas
– como um jardim que ele é, onde repousam os restos mortais de nossos entes
queridos. O cemitério, por tudo que significa para o ser humano, é lugar de
sossego e leva à reflexão mais profunda. Eu vejo assim, não sei os outros. Nada
há de errado em ir ao cemitério visitar o sepulcro de um ente querido. Repito.
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