domingo, 28 de março de 2010
Angústia da finitude
Ah, quem me dera olvidar
A angústia da finitude!
E, assim, não me atormentar
Com o temor da decrepitude!
Como sujeito percipiente,
Viver a experiência sensível,
Mas, com um olhar percuciente,
Ver muito além do visível.
Que dizer do simples vácuo filosófico
Que separa a ação da omissão,
Não raro tão catastrófico,
Na humana contradição?
Que é a vida? Que é o amor? Que é a morte?
Ah, indagações que me assolam a mente!
Que é o homem? E a mulher, sua consorte?
Sei lá!... Que ser mais contradizente!
Posso, de novo, evocar Camões?
“Calar-me-ei somente,”
– disse ele, por certo, a amargar desilusões –
“que meu mal nem ouvir se me consente.”
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