quarta-feira, 13 de maio de 2009

O VALOR DE UM AMIGO

Um dias desses, acordei por volta das 3 horas e até o amanhecer não consegui voltar a dormir, porque o Samuel, meu filho de 4 anos, estava cansadinho, com o peito chiando muito e respirando com dificuldade. Gripado ou resfriado (como leigo, não sei qual é a diferença de uma enfermidade para a outra), parecia que estava com asma de fundo alérgico. Fizemos-lhe inalação ou nebulização, eu e a mãe dele, com as dificuldades que ele sempre nos impõe para o procedimento. Nebulização, xarope e carinho, tentando encorajá-lo e confortá-lo. Por fim, graças a Deus, aquietou-se. Eu, contudo, não consegui voltar a dormir e, após rolar na cama por algum tempo, levantei-me.

Lembrei-me da madrugada de 21 de abril de 2005, dia em que ele nasceu. Aquele foi também um dia de madrugada difícil para nós, muito mais do que o de agora. O bebê queria nascer prematuramente, como acabou nascendo. A Câmelha começou a passar mal por volta da 1 hora da manhã. Aguentamos até às 3h30, quando resolvemos ir ao médico e chamamos o reverendo Hideraldo Cordeiro de Melo, nosso pastor e porto seguro, em todas as horas. Ah, como o pastor e seu carrinho já muito usado nos foram úteis naquela madrugada fria de presságios assustadores! Os pastores evangélicos são de valor inestimável para os fiéis nas horas de dificuldades, creio que como os comandantes militares para os seus comandados.

Fomos à Medclínica, para consulta com o Dr. Carlos Garibaldi Menezes Cintra, já que o Dr. João Batista, médico que fizera o pré-natal, não estava na cidade. O médico disse que naquela situação tanto faria interná-la como lhe dar o remédio em casa, portanto, seria melhor comprar o remédio e tomá-lo em casa. Somente se não surtisse efeito, como ele esperava que haveria de surtir, voltar ao hospital, para o parto prematuro.

Com a receita na mão e a mulher dentro do carro, eu e o reverendo Hideraldo ficamos a perambular pelas ruas dos três núcleos da cidade (Marabá, Nova Marabá e Cidade Nova), à procura de farmácia aberta, para comprarmos o remédio. Nem uma farmácia aberta sequer! Fomos encontrar o medicamento, já quase às 6 horas, na emergência do Hospital Climec. E, depois de tudo, como não surtiu o efeito ansiosamente esperado, voltamos ao Hospital Climec, às 7h30, onde o bebê viria a nascer por volta das 10 horas. Graças a Deus, tudo acabou bem!

O episódio traz três lições importantes. A primeira é que as autoridades competentes têm de adotar com urgência as providências cabíveis para que Marabá tenha farmácias ou drogarias de plantão nas altas horas da noite. A segunda é que um amigo é algo muito precioso. E, por fim, a terceira é que é inestimável o valor do que se faz a alguém na hora de necessidade ou de dor.


Com muita razão diz a Bíblia, em Provérbios 18.24, que “há amigo mais chegado do que um irmão”. É verdade. Um amigo bem chegado é joia que excede ao valor de muito ouro. Afinal, “um amigo de verdade não se encontra por aí”, como diz a canção popular. Também o socorro bem presente na tribulação é inestimável e inesquecível. Certamente por isso é que Gibran Kalil Gibran deixou escrito: “Você jamais esquecerá com quem você chorou.”

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