sábado, 11 de junho de 2011

Estado de Carajás: Futuro e Esperança


"Pois é certo que haverá um futuro; e tua esperança não será aniquilada" (Provérbios 23.18), diz uma das muitas traduções da Bíblia Sagrada. Tenho de memória, já faz alguns anos, essa passagem. Também a conheço na forma de outras traduções e até de várias versões da mesma tradução. Prefiro, contudo, essa às demais, porque, salvo algum erro ou omissão involuntária, foi com essas palavras aí que ela me falou profundamente ao coração, em tribulações por que passei em dado período da minha juventude, quando a li pela primeira vez.

Muito sonhador, a despeito de não revelar os meus sonhos, tive e tenho esperança, como têm todas as pessoas normais. Esperança é uma palavra bonita e carregada de acepções. E a Bíblia fala muito de esperança, tanto da esperança na vida terrena quanto da esperança na vida futura. O apóstolo Paulo, por exemplo, escrevendo aos habitantes de Corinto (1 Coríntios 15.19), fala desses dois tipos de esperança quando diz: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” É bom ter esperança, mas nas duas perspectivas.

Pois bem. Nos idos anos da minha juventude, acompanhei com minha esperança a esperança das demais pessoas que trabalharam para criar o Município de Xinguara, emancipado de Conceição do Araguaia, em 13 de maio de 1982, e o Município São Geraldo do Araguaia, emancipado de Xinguara, em 1988. Eram dias de muita esperança movidos pelos ideais emancipacionistas, que eu também vivia. Os anos se passaram e a esperança de muitos (da maioria, talvez) se concretizou; a de outros, certamente, não. É assim mesmo, claro.

Agora, com minha esperança, participo da esperança dos outros na emancipação político-administrativa do Estado de Carajás. Sinto assim, mais uma vez, emanar sobre todos os eflúvios auspiciosos do ideais emancipacionistas. Vejo, como naquele passado não muito remoto, que as pessoas têm esperanças, têm expectativas.

Não sou forasteiro, nunca fui. Conquanto, honrosamente, seja filho de mãe maranhense e pai piauiense, aqui nasci e todo o tempo vivi: a primeira vez que pisei fora do solo paraense, tinha quase 23 anos de idade. Tenho, pois, o direito e, mais do que muitos outros, o dever de clamar pelo desenvolvimento da região e trabalhar por ele. Mas, ainda que nascido aqui não fora, não seria diferente. Quem aqui vive e trabalha, embora nascido em outro Estado, não deve jamais ser tachado de forasteiro.

Testemunhei a criação e tenho testemunhado o progresso de Xinguara e dos demais municípios criados de 1982 para cá. Todos se desenvolveram muito além do esperado. Não poderia deixar, portanto, de querer o mesmo para o Estado de Carajás. Quero ver e viver isso, porque, como é natural das pessoas normais, desejo o melhor para a posteridade!

Havia, lá no passado, como há, aqui no presente, a certeza de um futuro cumulada com a promessa de que a esperança não seria aniquilada. Creio (e, por crer, defendo) que a esperança humana não pode se limitar apenas à vida terrena, no presente, e tampouco apenas à vida eterna, no além. Caminhemos, pois, para um futuro que é certo, na esperança da vitória e com a certeza de que nossa esperança não será jamais aniquilada!

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