sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Falta de sono




Já há algum tempo que venho tentando deixar de dormir tarde, mas não consigo. Não é, contudo, insônia; creio que não. Como se diz, o uso do cachimbo ou coisa parecida faz a boca torta. No meu caso, por conseguinte, deve ser mesmo o costume de, desde a infância, estudar até altas horas da noite. O problema é que esse meu dormir a desoras cada dia fica pior, por mais que eu não queira.
 
Hoje mesmo, por exemplo – aliás, hoje, não: de ontem para hoje, pois já é quase madrugada de 26 de janeiro de 2012, nada mais nada menos do que 15 para as 2 horas –, tentei dormir cedo, sem ler ou estudar à noite, mas não consegui. Deitei-me por volta das 22 horas, que para muitos já é tarde, e fiquei rolando insone na cama até por volta da zero hora, quando resolvi levantar-me. Não conseguia dormir, ficar deitado para quê? Melhor levantar e ler, estudar, escrever, fazer alguma coisa.
 
Pois bem. Levantei-me, li quatro crônicas do livro 50 crônicas escolhidas, de Rubem Braga (“Os Teixeiras moravam em frente”, “As Teixeiras e o futebol”, “A vingança de uma Teixeira” e “Os sons de antigamente”). Comecei a ler esse livro um dia desses – à noite, claro, e anteontem, para ser exato –, quando li a biografia, o prefácio, de autoria de André Seffrin, e a crônica “Coisas antigas”. Deixando o livro, fui ver a correspondência virtual. Abri alguns e-mails e apaguei vários outros sem abrir, mandei para lá, aquele lugar que, pelo menos eu, não sei onde fica nem se existe, tudo que parecia spam e tentativa de phishing.
 
A Câmelha, minha mulher, e meus filhos Daniel e Samuel (o Douglas não sei por onde anda) dormem pesadamente, apenas eu e os cães, Aquiles e Sansão, estamos acordados. E, como os cães estão no quintal, claro, estou sozinho à frente do computador, rodeado de livros, jornais e revistas, desordenadamente jogados na sala sobre a mesa, nas estantes e pelo chão, como sói acontecer todos os dias (aliás, todas as noites) a esta hora.
 
Resolvi navegar pela internet. Passando pelo sítio da Academia Brasileira de Letras, onde li a crônica “Poetas e poesias”, de Carlos Heitor Cony, vaguei por várias outras páginas da rede mundial de computadores, visitei meus três blogues e outros sites, até decidir parar e escrever esta cronicazinha, por certo, desenxabida, uma vez que não tinha nem tenho algo especial para compartilhar com o leitor.
 
Foi isso. Agora, às 2h12, embora ainda sem sono, vou-me deitar e tentar dormir. Puxa vida, até parece insônia. Mas, claro, não é. É apenas inversão de horário, pois acordo tarde todos os dias, sempre. Troco, ainda que involuntariamente, o dia pela noite (ou seria a noite pelo dia? Sei lá! Que diferença faz?). Bom, insônia ou falta de sono explicada e justificada dá quase na mesma, embora uma coisa seja bem diferente da outra. Não era nem é o meu objetivo discutir a insônia.

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