segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

As Bodas de Turquesa de Câmelha e Valdinar




São 18h33 de 16 de dezembro de 2013 quando começo a escrever este pequeno texto, e o faço por um motivo especial: há dezoito anos, no dia de hoje, depois de um pouco mais de um ano, somados o namoro e o noivado, eu e a Câmelha – Câmelha Pereira dos Santos Souza –, cheios de amor, alegria e esperança, nos casávamos, em Xinguara, na Igreja Presbiteriana do Brasil, nossa denominação.

Éramos, como ainda somos e sempre seremos, irmãos em Cristo. O casamento foi celebrado, pelo reverendo Santinonen Sardinha de Oliveira, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, o pastor amado que, anos antes, também havia nos batizado (primeiro, ela; depois, eu). Ele, por isso e a nosso pedido, veio de Goiás a Xinguara, para nos casar.

As más línguas diziam que o casamento acabaria logo. Com o passar dos anos, ela me contaria que muitos tiveram mesmo a coragem ou petulância de aconselhá-la a não se casar, porque eu, recém-convertido, era egresso da cachaça. Não fazia muito tempo que deixara de dar tiros na rua e brigar com a Polícia, totalmente alcoolizado. Ninguém ou quase ninguém acreditava na minha conversão. Daí a aconselhavam a não se casar comigo. Ela, contudo, ignorando-os, não deu ouvidos a tais conselhos. Sabia o que queria e o que estava fazendo. Quanta convicção, quanta obstinação para uma jovenzinha de apenas 21 anos! 

Anos se passaram e haverão de se passar, mas o nosso casamento continuou, continua e continuará firme. Vieram os filhos, Daniel e Samuel, as vitórias e realizações, como a minha graduação em Direito e a dela em Pedagogia, aprovações em concursos públicos, pós-graduações de ambos, e assim por diante. Têm sido anos de alegria, amor, cumplicidade e carinho. Tristezas somente pelas dificuldades comuns da vida e perdas que, naturalmente, tivemos ao longo dos anos, como, por exemplo, o passamento para a eternidade da minha sogra, dona Ana Maria Pereira dos Santos, em 2004, e da minha mãe, dona Antônia Monteiro de Souza, agora em 2013.

Não somos perfeitos, é óbvio. Sou cheio de defeitos, sei disso. Aliás, uma das minhas frases preferidas é: “Sou homem e, por isso, imperfeito.” Eu, realmente, tenho convicção das minhas imperfeições. A outra é: “O justo viverá por fé” (Romanos 1.17). Aos que não acreditavam na minha conversão, tenho a dizer apenas o seguinte: “Se, pois, o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8.36). Eu sou imperfeito de mim mesmo, mas a justiça de Cristo me justifica e purifica.

São dezoito anos de casamento, bodas de turquesa! Eu me casaria novamente com ela hoje, se fosse necessário. Ela também me disse que faria o mesmo. Isso nos basta. Encerro com o versículo bíblico que escolhi para o nosso convite de casamento, que diz tudo: “Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos” (Jeremias 32.39). Para quem crê como nós cremos, está explicado!

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