sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Antevéspera do Natal e o Jardim do Parlamento


Sexta-feira, 23 de dezembro de 2011, um pouco mais das 13 horas. Saio, pela porta do fundo da Câmara, para, contemplando o jardim, tomar um fôlego, à minha maneira. Existem vários pés de mogno, além de ipês e outros vegetais, no jardim da Câmara Municipal de Marabá. São mais de vinte pés de mogno – 24 ou 25, mais ou menos – hoje com cerca de cinco ou seis metros de altura, plantas ainda muito jovens, que haverão de crescer muito, em altura, exuberância e beleza arbóreo-amazônica.

No corre-corre do cotidiano, talvez passem despercebidas para muitos, conquanto sejam tão belas. Eu, contudo, gosto de admirá-las diariamente, à minha maneira, num diálogo (mudo, embora eloquente), entre as árvores e o homem da terra, amante da natureza e da Amazônia em especial que sou. Tenho a impressão, às vezes, de que essas árvores, alheias à maldade dos humanos, saúdam poeticamente a quem entra e quem sai. Lógico que isso é apenas uma forma de ver as coisas, mas é verdade.

Há quase sempre passarinhos, que voam de galho em galho, de uma árvore para a outra, e cantam. Puxa vida, é impossível não perceber essa beleza e a simbiose altamente benéfica para nós, os humanos, entre a tecnologia de que desfrutamos no interior do prédio moderno do Parlamento e a natureza representada pelo jardim, com sua fauna e sua flora. Sim, fauna e flora, embora a flora seja bem mais rica que a fauna. É natural que o seja, claro, como é natural que alguns digam que estou escrevendo tolices. Ah, que se danem!

Sou servidor de carreira do Poder Legislativo do Município de Marabá, tendo ingressado por concurso público de provas e títulos, na forma da Constituição da República e das leis. Tenho orgulho disso, até porque – falsa modéstia à parte – tenho a convicção inabalável do cumprimento, ao longo dos anos, da parte que me cabe. Tenho, semelhantemente, orgulho e muita gratidão pelo prédio novo que o povo nos deu. Sempre soube reconhecer a sua importância, o seu valor e, por consequência disso, o dever que Vereadores e servidores têm de prestar um serviço à altura da imponência e beleza das instalações que ocupamos.

Antevéspera do Natal. Aprovou-se o orçamento do Município para o exercício financeiro de 2012 – mais de meio bilhão de reais! – e estamos saindo para o recesso parlamentar. Aqui, às voltas com minhas ansiedades, medos e inquietações, a reflexão sobre o ano de 2011, que vai, e o ano de 2012, que vem. O que queríamos? Conseguimos? Não conseguimos? Por quê? Qual foi nossa atuação?... E agora, o que queremos? Conseguiremos? Para onde vamos? O que é prioritário para 2012? Qual a parcela individual de responsabilidade de cada um de nós?...

Não é algo da boca para fora, mas, de fato, uma reflexão interior e profunda. Tenho muita dificuldade com isso, porque, não raro, nos faltam respostas que convençam. Não existe a sinceridade necessária nas pessoas. Não são poucas as ações danosas e as omissões criminosas de muitos, nas entranhas imundas de um Estado, ocioso e corrupto, que desampara. Tenho medo do futuro, em compasso de ansiedade que quase mata, por causa do semelhante! Não é ilusão nem hipocrisia, não: é a convicção assustadora da realidade.  

2 comentários:

Pedro Gomes disse...

Sou muito grato ao meu amigo Laércio Ribeiro por ter me indicado o seu blog.
Sempre que preciso aprender um pouco da nossa complexa língua, fujo para cá.
Ainda não consigo construir orações tão brilhantes, mas, ao menos, tenho tentado.
Gostaria que soubesse que o tenho como referência.
Um abraço fraternal.
(Desculpe pelos erros)

Dr. Valdinar Monteiro de Souza disse...

Meu caro Pedro Gomes

Muito obrigado a você, ao nosso querido Laércio e a todos os amigos. Seu comentário é um presente de Natal! Seja bem-vindo, sempre!
Feliz Natal!